quinta-feira, 24 de novembro de 2011

GM quer vender 1,5 milhão de veículos em 2016 na América do Sul


O grupo norte-americano, representado na América do Sul principalmente pela Chevrolet, emplacou 1 milhão de unidades em 2010 e é líder de mercado na região, com 20% de participação.
Nova York - A General Motors está de olho no potencial do mercado automobilístico da América do Sul. Tanto que criou, em junho de 2010, uma divisão específica para a região, que emplacou 5,5 milhões de unidades ao longo do ano passado – e que deve atingir 7,1 milhões em 2016. A GM América do Sul quer uma parte representativa deste mercado, com 1,5 milhão de veículos anuais comercializados a partir de 2016. E um dos focos será o segmento A, de plataformas subcompactas, que representa apenas 3% do mercado atualmente e deve chegar a 11% em cinco anos. A marca norte-americana pretende acompanhar este cenário com o Spark, que já está a venda em mercados como Argentina, Chile e Colômbia. O modelo, no entanto, ainda não foi confirmado para o Brasil pelo presidente da GM América do Sul, Jaime Ardila, que proferiu palestra sobre o futuro da marca no continente durante a 21ª edição do Congresso Fenabrave, em São Paulo.


O grupo norte-americano, representado na América do Sul principalmente pela Chevrolet, emplacou 1 milhão de unidades em 2010 e é líder de mercado na região, com 20% de participação. “O mercado mais significativo é, sem dúvida, o Brasil, mas mercados menores, como Argentina, Chile e Peru, estão apresentando crescimento mais dinâmico nos últimos anos”, afirmou Ardila. O presidente da GM América do Sul acredita que o crescimento da região deve se manter estável em 5% nos próximos anos, enquanto o crescimento do mercado brasileiro deve oscilar entre 4% e 5%. A perspectiva para 2012, no entanto, é marcada pelo temor de nova crise financeira nos mercados desenvolvidos. “As incertezas da economia mundial devem fazer de 2012 um ano de transição no mercado automobilístico”.


Para Ardila, a participação significativa da América do Sul em volume de vendas justifica a tendência de ampliação de produtos pensados primeiramente para a região, caso do Chevrolet Cobalt, que foi projetado pelo Centro de Desenvolvimento da GM em São Caetano do Sul, no interior de São Paulo, e deve ser vendido em diversos mercados ao redor do planeta. “O Brasil, contudo, ainda não tem competitividade suficiente para se tornar um exportador em larga escala. Por isso, o projeto desenvolvido aqui será levado para outras fábricas e será produzido localmente em outros países”, explicou o presidente do grupo para a América Latina.


A transformação do Brasil em polo de desenvolvimento tecnológico de automóveis – tendência observada também em outras marcas, como a próxima geração global do EcoSport, projetada pela Ford em Camaçari, na Bahia – esbarra na limitação de investimentos em infraestrutura e recursos humanos. O país forma 30 mil engenheiros por ano, quando seriam necessários pelo menos 100 mil. Para se ter uma ideia, a China entrega ao mercado de trabalho cerca de 600 mil profissionais de engenharia todos os anos. “Este é um problema que precisará ser solucionado se o Brasil não quiser perder as oportunidades do atual cenário da economia mundial”, defendeu Jaime Ardila.


O setor de distribuição de automóveis também tem desafios para superar. Um deles é a estrutura logística de implantação de novas concessionárias. “A tendência é criar lojas em pontos menos óbvios das grandes cidades, como bairros mais afastados, onde vive a nova classe média, que também tem potencial para adquirir veículos”, argumentou o presidente da GM América do Sul.  O executivo também reforçou que o mercado brasileiro deve ficar cada vez mais competitivo. Atualmente, cerca de 18 marcas presentes no mercado nacional vendem pelo menos 1 mil veículos mensais. Em 2014, esse cenário deve receber mais quatro fabricantes.

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